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Tradição Académica

Breves informações sobre a Tradição Académica e o Traje Académico.

Utilização do Traje Académico

 

"... o Traje Académico existe apenas e unicamente para identificar o foro estudantil, ou seja identificar a condição do estudante. É um uniforme que pretende identificar e distinguir o estudante de qualquer outro mester. Essa é a sua função genética e primordial.

 

Mas para que o traje seja considerado académico, tem obrigatoriamente de ter por base o seguinte critério: é uniforme de todo o estudante da instituição, seja ele praxista, adventista, comunista, niilista, benfiquista, nacionalista ou, até, apenas parvo. Nunca, por nunca, em função de outra coisa que não seja ser aluno matriculado no ensino superior.

 

E o único merecimento que o estudante tem de demonstrar para trajar passa exactamente pelo seu mérito académico. Se conseguiu entrar no ensino superior, o seu merecimento está precisamente aí atestado e certificado pela única entidade com legitimidade para tal reconhecimento: a instituição de ensino, segundo os critérios de ingresso/candidatura estipulados pelo Ministério da Educação. ..."

"Significa, portanto, que seja caloiro ou não, o estudante tem direito a trajar."

notasemelodias.blogspot.com

"... O caloiro não tem de trajar pela primeira vez na Serenata.[3] Pode trajar quando bem lhe apetecer. É um direito inerente à sua condição de estudante. O Traje é Traje Académico e não traje praxístico, sendo apenas o uniforme estudantil.[1][2] Defender o contrário é anti-Praxe.[2] ..."

 

dvrapraxis.blogspot.com

 

História do Traje Académico

"...  Nos primeiros séculos os trajes estudantis eram marcados pela indumentária religiosa dos clérigos que tinham o exclusivo de cursar Estudos Gerais. [1] Geralmente castanhos e mais tardiamente pretos, já que não eram permitidas cores garridas.[1] Com a abertura da universidade a outras classes sociais houve uma natural evolução do vestuário, permeável a modas, ainda que pautado pela sobriedade e austeridade.[1] O uso de um traje pelos novos estudantes derivou do desejo de não destoar e da necessidade de identificar o foro académico.

 

Os trajes assumiram e assumem uma função de uniforme, permitindo distinguir os estudantes das restantes profissões.­

 

No século XVII, era utilizada a loba (espécie de batina eclesiástica sem mangas que chega até ao chão), calção, capa e barrete redondo ou de cantos. [1]

 

No século XVIII, a loba é "substituída" pela abatina (capa + túnica talar, menos comprida que a dos lentes e mais curta que a capa, mantendo-se o uso dos calções), a que os estudantes chamavam de batina.[1] A partir desta altura os trajes começam a convergir para uma forma de traje académico, ainda permeável a modas.[1] No fim deste século surge o gorro.[1]

No entanto, o traje académico que hoje conhecemos tem as suas origens na aproximação ao traje masculino burguês oitocentista que retirou à capa e à batina a sua feição talar, demarcando-se da similaridade aos trajes religiosos, numa tentativa progressista e anti-clerical iniciada na década de 80 do séc. XIX.[1] É assim fácil de compreender o porquê de ser incorrecto dizer que o traje tem uma origem religiosa. O atual figurino da variante masculina originou-se das transformações implementadas pelos adeptos da Greve Académica de 1907 (sobrecasaca preta desabotoada, lapelas dobradas em V sobre o peito e forradas com cetim preto).[1]

 

De 1834 a 1910, o uso de capa e batina foi obrigatório no perímetro da Universidade.[1] A 23/10/1910 a obrigatoriedade de uso de traje foi abolida, tornando o seu uso facultativo.[1][2]

O traje feminino foi criado entre 1914 e 1915, nos liceus de Lisboa e do Porto, respondendo à ausência de uma solução ou invenção por parte das autoridades académicas e estudantis.[3] A sua criação foi espontânea! Na UC, até à década de 1940, as mulheres não tinham participação associativa e cultural.[3]  Viviamos numa sociedade paternalista e muito atrasada em relação aos restantes países europeus.

 

Aliás, o modelo actual foi imposto por decreto pelo Magnum Conselho Veteranos da Academia de Coimbra, por homens, sem que tenha sido consultada a opinião das mulheres.[3]

 

“Pouco antes da Queima das Fitas de Maio de 1954, o Magno Conselho de Veteranos da academia de Coimbra (MCVAC), após decisão exclusivamente masculina, deliberou impor por "decretus" o tailleur preto à base de casaco preto curto/saia como traje discente feminino.”[3]

 

Ademais, originalmente as meias eram cor de pele, só em 1957 por determinação do MCV da Academia de Coimbra é que passaram a pretas, como pode ser lido no código de praxe desse ano.[3]

 

O traje feminino começou por se basear numa capa e tailleur pretos, sendo que a saia cobria o joelho e as meias, quando eram usadas, eram cor de pele.[1][3] Na altura não usavam gravata.[3]  Pode-se concluir que este modelo foi influenciado pelo uniforme envergado pelos corpos de enfermeiras da marinha dos EUA e em alguns hospitais europes da época.[3] ..."

dvrapraxis.blogspot.com

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